A Associação e Jorge Araújo reunem com bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

O nosso colaborador Jorge Araújo foi convidado pela Bastonária da Ordem dos Enfermeiros para discutir os acontecimentos que se passaram com os seus pais no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, sujeitos a maus tratos, gravados em imagens vídeos publicadas por vários órgãos de comunicação social.

Jorge Araújo, enfermeiro de profissão, fez questão de lamentar o comportamento de colegas seus no decorrer deste processo e os receios que isso possa ser generalizado, dando a imagem do enfermeiro como conivente com situações destas.

Esta reunião foi acompanhada pela Associação Amigos da Grande Idade que há muito chama a atenção para a responsabilidade dos enfermeiros a trabalharem em lares de idosos sem o mínimo de condições e sem o cumprimento de rácios mínimos de enfermeiros.

A Bastonária da ordem dos Enfermeiros mostrou grande conhecimento da situação e muitas preocupações informando que muito tem intervindo mesmo por decisão da Ordem e sem denuncias.

Quando se trata de denuncias os casos são de imediato investigados e os enfermeiros responsabilizados pelos seus actos.

É importante perceber-se que o mercado de trabalho actual impõe aos enfermeiros a procura de soluções de emprego, aceitando condições que não dignificam a profissão nem os próprios. De qualquer forma deve insistir-se que trabalhar em lares ilegais é ilegal e não denunciar más práticas, falta de condições, abusos e especialmente maus tratos é uma obrigação deontológica dos enfermeiros.

Ficou o compromisso informal de iniciar um trabalho de reflexão sobre a enfermagem em lares de idosos com a possibilidade da emissão de guião, especialmente para alertar os enfermeiros sobre as más práticas e os sinais que devem ter em atenção para mudarem a actual situação nos lares de idosos.

Hoje a legislação define um lar de idosos como um local onde se prestam obrigatoriamente cuidados de enfermagem mas depois só determina o número de enfermeiros necessários pelo número de clientes, não referindo qualquer carga horária ou obrigatoriedade de presença. É uma lei pouco leal para a enfermagem, na medida em que por um lado impõe responsabilidades muito sérias aos enfermeiros e por outro lado não impõe condições de trabalho e obrigatoriedade de cumprimento de regras por parte das instituições ou entidades.

Acreditamos que desta vez a Ordem dos Enfermeiros se imponha nesta área e inicie um trabalho de acompanhamento e lideranças neste mercado de trabalho.