Região do pais que apresenta graves problemas na área do envelhecimento, tem agora uma representação da Associação, que, à semelhança do que fizemos até aqui, pretende ser uma plataforma para todos os que desejem desenvolver a sua actividade de intervenção, formação, influencia e desenvolvimento de projectos.
A nossa representante é a Enfermeira Cláudia Silva e pensamos que em breve seja feita a apresentação formal desta delegação e o planeamento da actividade que esperamos venha a ser realizada.
Estamos à disposição de todos para podermos publicar e divulgar projectos relacionados com o envelhecimento e com as Pessoas Idosas. Apoiamos também iniciativas e trabalhos académicos e pretendemos, no futuro, intervir nas políticas autárquicas da região alentejana.
Queremos ser um facilitador, um meio para podermos ter mais respostas e maior adequação das que existem às necessidades.
Objectivos na AAGI – ID:
– Contribuir para uma mudança de mentalidades relativamente ao envelhecimento em Odemira, e que isso possa vir a influenciar o restante Alentejo
– Dar a conhecer as ideias da associação ao concelho e líderes locais que possam ter um contributo importante na mudança das políticas locais
– Contribuir para o desenvolvimento de um projecto inovador adaptado à realidade de Odemira que possa reduzir o isolamento, contribuir para uma maior autonomia e integração na comunidade.
Artigo
A dor crónica
De acordo com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual (real ou potencial). Atendendo à subjetividade da dor, em linguagem comum, a dor não é mais do que aquilo que a pessoa diz que é! Assim, uma correta avaliação da dor deverá ser multidimensional tendo em conta não só os fatores biológicos, mas também psicológicos e sociais. A dor diz-se crónica quando é persistente ou recorrente durante pelo menos 3-6 meses, podendo persistir para além da cura da lesão que lhe deu origem, ou mesmo existir sem lesão aparente. Atualmente a dor crónica afeta cerca de 36% da população adulta em Portugal, sendo a sua prevalência significativamente maior nas mulheres e que aumenta com a idade em ambos os sexos.
A dor crónica tem consequências importantes no bem-estar e saúde da pessoa, bem como a capacidade de trabalhar e realizar as atividades do quotidiano, sendo por vezes incompreendida por quem não a vivencia. As principais causas de dor crónica referidas são: as patologias osteoarticulares, em particular as lombalgias que atingem mais de 40% dos indivíduos, a osteoporose, os traumatismos, a artrite reumatóide e as cefaleias. A cronicidade não significa que a pessoa tenha de “suportar a dor” para o resto da sua vida! Existem unidades de tratamento especializadas no tratamento da dor crónica, pelo que uma das principais medidas para que este tratamento seja acessível a toda a população passa pela divulgação e, consequente, empoderamento da população.
Em particular, a dor no idoso surge geralmente associada a outras patologias, chegando mesmo a ser incapacitante, o que contribui para a diminuição da sua autonomia. Nesta faixa etária, a dor crónica tem grande impacto, provocando ansiedade, insónia, depressão, perda de apetite, emagrecimento, alterações da memória e do raciocínio, limitação nas atividades da vida diária e maior procura dos cuidados de saúde.
Para além da própria pessoa, frequentemente, a dor crónica afeta também de forma muito significativa o bem-estar e as atividades dos familiares e outros cuidadores, fato este que não pode ser ignorado.
O Programa Nacional de Controlo da Dor da Direção-Geral de Saúde tem como objetivo a redução da prevalência da dor na população portuguesa, melhorar a qualidade de vida das pessoas com dor e racionalizar custos/recursos associados. Este é um objetivo que só pode ser alcançado com o esforço conjunto de todas as partes envolvidas, incluindo a população. Se acha que pode ter dor crónica, procure ajuda junto dos cuidados de saúde primários.
Cláudia Neves Silva – Coordenadora AAGI Alentejo
Artigo
A atividade física e os portugueses
Chegada a Primavera e com o Verão à porta, o Sol convida a sair de casa e mais oportunidades surgem para a atividade física! A promoção da atividade física ao longo de todo o ciclo de vida é uma das medidas mais eficazes (e sem custos) para proteger a sua saúde, sendo que o contrário (o sedentarismo) pode ser prejudicial. Com vista a obter maiores ganhos em saúde, a atividade física deverá ser estimulada desde muito cedo nas crianças para que se incutam estilos de vida saudáveis, sendo que neste campo os pais e os professores têm um papel a desempenhar ao reduzir o tempo em frente aos monitores e promovendo atividades lúdicas. Os comportamentos e estilos de vida influenciam a saúde individual e coletiva, com impacto importante nas doenças crónicas. A Direção Geral de saúde destaca entre as medidas essenciais para a sua prevenção, a promoção do exercício físico e a promoção do envelhecimento saudável.
Numa sondagem do Eurobarómetro (2014), dos 28 países que participaram no estudo, Portugal foi o terceiro país em que as pessoas menos praticam exercício físico. Como consequência temos o sedentarismo e o excesso de ingestão de calorias, que conduzem ao excesso de peso, sendo que 54% da população adulta entre os 18 e os 64 anos tem excesso de peso (DGS, 2015).
Sabendo que 25% das mortes prematuras (que ocorre antes dos 70 anos) podiam ser evitáveis através da promoção dos fatores protetores da saúde, onde se incluí o exercício físico, torna este o principal desafio para as organizações de saúde e decisores políticos. Na grande idade um envelhecimento ativo impõe o desenvolvimento de exercício físico, sendo este um papel atualmente desempenhado também pelas autarquias através da implementação de programas e atividades de proximidade que estimulam a sua prática.
Hoje assiste-se a uma relativização das doenças crónicas, no entanto estas ainda são responsáveis por 85% da morbilidade, sendo que o exercício físico é uma forma importante para a sua prevenção. Para além disso, ainda aumenta a qualidade de vida e independência na grande idade através da melhoria do equilíbrio, coordenação, controlo motor, bem como a saúde mental, e a função cognitiva. A DGS recomenda a realização de caminhadas e sessões organizadas de exercício físico, adequadas a cada pessoa, permitem o convívio social, reduzindo sentimentos de solidão ou de exclusão social. Este Verão aproveite o sol, invista na sua saúde e pratique exercício físico!
Cláudia Neves Silva – Coordenadora AAGI Alentejo
Artigo
Para as Pessoas na Grande Idade de hoje e de amanhã…
A reflexão acerca do envelhecimento na primeira pessoa, é talvez o melhor de ponto de partida para repensar o futuro da sociedade, e o papel que a pessoa na grande idade tem a desempenhar nela. Neste artigo gostaria de apresentar um novo olhar sobre a Grande Idade, pelo que recorri às palavras do Professor Doutor Daniel Serrão para promover essa reflexão. A Justiça como Equidade é um valor ético ao nível da Liberdade e Bem- Estar. Todos somos iguais, todos somos seres humanos, no entanto, a influência de diversos fatores extra-genómicos, culturais e sociais conduzem a uma enorme diversidade humana que carateriza a nossa sociedade. Equidade significa criar normas de discriminação positiva, dando mais a quem mais precisa, por serem mais vulneráveis. Deste modo, devem ser criadas medidas de promoção o bem-estar às pessoas na grande idade criando uma discriminação positiva, sendo que não o fazer constitui uma iniquidade.
A nível social assistem-se a algumas iniquidades que urgem a mudança. Por exemplo, considerar que todas as pessoas com mais de 65 anos como idoso ou velho, e que tem de ser tratado com posturas paternalistas e baseadas em compaixão. Esta é claramente uma discriminação, sim, mas negativa! Esta atitude tem inerente a negação ao direito do exercício de autonomia pessoal e ao consentimento informado. As pessoas são todas iguais, dentro da sua diferença, sendo necessário garantir a equidade. Equidade na saúde, equidade social. Há pessoas que na grande idade são saudáveis, independentes e ativas, que em muito podem contribuir para a sociedade com a sua experiência e sabedoria, não necessitando de medidas de discriminação positiva. Neste sentido, a reforma constitui uma oportunidade para iniciar novos projetos de vida, tão ou mais exigentes mentalmente do que foi a sua a sua atividade até ao momento. A idade é apenas um número que não tem qualquer significado pessoal ou social.
Há também pessoas que, pelos mais diversos fatores, na grande idade apresentam alguns problemas de saúde, que apesar de não graves, tendem a conduzir a pessoa à inatividade. Os profissionais de saúde têm aqui um papel ativo na promoção de saúde evitando, nomeadamente, a medicação excessiva e promovendo os estilos de vida saudáveis. A própria pessoa tem de assumir uma nova forma de vida ativa na qual se sinta bem, que pode passar por assumir o controlo da obesidade, da glicémia, e das queixas articulares como responsabilidade pessoal – um projeto de nova vida! É certo que também existem pessoas na grande idade, que são forçadamente inativos devido a problemas de saúde de maior gravidade. Deve haver discriminação positiva para que tenham acesso aos mesmos cuidados de atenção personalizada, seja na saúde, na acessibilidade, ou na sociedade em geral. Portanto, a luta pela equidade é da responsabilidade das pessoas na grande idade que são independentes e ativos. Pela sua criatividade devem demonstrar o absurdo ético do idadismo. As pessoas na grande idade devem lutar pela sua identidade social e reclamar o reconhecimento pelos outros estratos etários. Á medida que a idade avança a pessoa deve ser capaz de aceitar de forma inteligente e tranquila as limitações sensoriais e físicas decorrentes do avançar da idade temporal, evitando a medicação excessiva “dirigida para uma imortalidade corporal inacessível aos seres humanos”. As pessoas na grande idade têm um papel para desempenhar na sociedade do futuro que se constrói, sendo que a inteligência, experiência e sabedoria destas, aliada à inteligência dos jovens desenvolverão novas estratégias de sobrevivência!
Cláudia Neves Silva – Coordenadora AAGI Alentejo
Artigo
SAÚDE e as políticas governamentais: Uma despesa ou um investimento?
Em outubro de 2014 a AAGI Alentejo publicava um dos primeiros artigos no Jornal Sudoeste, onde abordava o tema da felicidade com base nas conclusões de um relatório da OCDE. Este estudo concluía que as pessoas nos países nórdicos eram mais felizes, apresentando o valor de 7,7 numa escala de satisfação de 0-10, contrastando com o valor de 5,2 atribuído aos portugueses. 87% dos noruegueses referiam vivenciar mais sentimentos positivos do que negativos durante o dia, ao passo que apenas 67% dos portugueses deram a mesma resposta (média OCDE 76%). Neste artigo, falou-se que tal poderia relacionado com o facto da esperança média de vida, e os anos de vida com saúde ser superior nos países nórdicos.
Ainda na mesma altura, o relatório “Um futuro para a Saúde”, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian, referia que: “é adiando o surgimento das doenças que se pode reduzir as despesas no sector e mudar o panorama da saúde em Portugal nos próximos 25 anos (…) em vez de canalizar o financiamento em saúde quase todo para o Sistema Nacional de Saúde (hospitais, centros de saúde, medicamentos) é preciso agir sobretudo fora dele, passando-se de um paradigma “da doença para um centrado na saúde””. Tal só pode ser alcançado através do investimento na prevenção das doenças relacionadas com os hábitos alimentares e estilos de vida (como por exemplo, as doenças cardiovasculares), o que implica não só um maior envolvimento e responsabilização da própria pessoa pela sua saúde, mas também uma mudança na visão de quem gere!
Mas volto a abordar este tema passado mais de um ano de publicação, não só porque continua a ser um tema perfeitamente atual, mas porque que recentemente tive a oportunidade de contactar com a organização interna de um sistema de saúde nórdico, e constatei na prática como as pessoas o vivenciam. Numa viagem a Gotemburgo (Suécia) constatei que existe um investimento do governo central na promoção de estilos de vida saudáveis, com grande enfoque na realização de atividade física. Esta é fomentada através da construção de espaços ao ar livre que convidam à utilização de bicicleta em detrimento do carro (vias próprias e vários espaços verdes), bem como através da existência de bicicletas públicas pela cidade que qualquer pessoa pode utilizar através de um cartão de transportes públicos, sendo gratuito nos primeiros 30 minutos. Para além disso, ainda são atribuídos subsídios junto ao vencimento mensal para frequentar ginásios ou realizar de outra atividade física. É comum ver pessoas de todas as idades a correr, e nem o frio ou a neve os demove. Tendo em conta o referido, consegui compreender melhor porque as pessoas se sentem mais satisfeitas e experienciam mais sentimentos positivos nos países nórdicos. Esta é uma medida com impacto na grande idade, pois criam-se condições para promover a autonomia e evitar a dependência, havendo claramente um investimento na prevenção, e a procura de ganhos em saúde. O investimento a longo prazo na saúde traduz-se na diminuição da utilização dos serviços de saúde e, consequente, redução de custos.
Cláudia Neves Silva – Coordenadora AAGI Alentejo
Artigo
As rugas no rosto do Alentejo
“Alentejo sabe a dias que escorrem devagar por entre as sombras que o sol poupa. Sabe a campo e a amarelo, mesmo quando a paisagem é verde. Maria Sabina não conhece outra terra ou outra vida. Nunca saiu do Alentejo e dele bebeu toda a vida, por entre os muitos que já partiram e os que foram chegando depois, ao mesmo cenário pintado a aguarela. Já são 100 os anos que carrega nas rugas, nos passos arrastados, que não vão longe “porque o doutor não deixa”, e nas memórias que a cabeça não permitiu cair em esquecimento”. (Marta Martins Silva; Correio Manhã)
Começa assim um dos muitos artigos que já se escreveram sobre o Alentejo e o Envelhecimento. O tema parece não esgotar e estar cada vez mais actual!
Ficam as saudades de um Alentejo rico em que se criava gado, se cultivavam grandes terrenos, produzia-se para toda a nação. “O celeiro de Portugal” como alguém em tempos lhe chamou! Era uma região produtiva, com gente e sustentável.
Depois vieram as “modernices políticas”, os subsídios, dizia-se que pagavam para não produzir! Aos poucos o nosso Alentejo foi morrendo. Os campos deixaram de ser cultivados, os agricultores andavam de Land Rover mas não cultivavam ou criavam gado!
O emprego começou a escassear e o Alentejo não se desenvolveu. Os jovens saíram da terra para os grandes centros urbanos em busca de emprego e melhores condições de vida emprego e melhores condições de vida.
Os anos passaram-se e os idosos foram ficando, já não reproduzem e por isso também não há crianças. Aos poucos a percentagem de idosos (com 65 ou mais anos de idade) igualou e ultrapassou a soma das percentagens de crianças e jovens (0-14 e 15-24 anos). De acordo com os Censos de 2011, no Alentejo, a população com 65 ou mais anos representa 24% e a soma das crianças com jovens 23%.
A Medicina evoluiu, e apesar da constante falta de médicos e enfermeiros na nossa região, os avanços também cá chegaram! Agora no Alentejo vive-se mais.
Estamos no ano de 2012, e os últimos Censos já revelam um marcante envelhecimento da população a nível nacional, mas com grande relevo no Alentejo, juntamente com um elevado índice de dependência. As projecções do INE para 2050 dizem-nos que o envelhecimento da população tenderá a aumentar ainda mais: um terço da população portuguesa terá mais de 65 anos e um milhão de pessoas terá mais de 80 anos!
Qual o futuro? Estará o futuro do Alentejo na volta à produção? Poderá voltar a ser sustentável? Estou em crer que sim!
E qual será o destino de todos os idosos que tendem a aumentar? Vamos institucionalizar todos os idosos? Não me parece! Outras soluções terão de surgir.
Uma senhora dizia-me uma vez queixando-se de uma dor na mão deformada por artroses que a idade lhe trouxe: Preferia um “enxada” na mão, do que a mão inchada!
Cláudia Silva
Artigo
Estará o futuro do Alentejo à vista?
No passado dia 21 de Março realizou-se em Odemira mais uma Assembleia Municipal Jovem, evento que integra as Jornadas Jovens que decorrem até ao próximo dia 23.
Nesta assembleia extraordinária da Assembleia Municipal de Odemira é dada voz aos jovens para fazerem propostas para o seu concelho. No fim da sessão as propostas são votadas e aprovadas democraticamente.
O tema deste ano foi: “Administração e Organização Local: os seus desafios no concelho de Odemira”.
A meu ver, e apesar de não ter sido a mais votada, a proposta da Escola Aviador Brito Paes de Colos foi a proposta mais importante e que demonstrou visão e maturidade, mas também simplicidade.
A proposta consiste na criação de uma Bolsa de Terras local (terras que seriam cedidas temporariamente por entidades públicas ou particulares) para que estas pudessem ser utilizadas para aprendizagem de conhecimentos teóricos e práticos de agricultura.
Existiria uma colónias de férias de jovens que exploraria estas terras organizando workshops teóricos e práticos para que os jovens adquirissem conhecimentos básicos de agricultura, nomeadamente, técnicas para semear, regar, alturas indicadas de cultivo para cada tipo de produto e utilização de utensílios.
A proposta vai mais além, sugerindo que estes conhecimentos fossem transmitidos por engenheiros agrónomos e agricultores.
Eu acrescentaria ainda outro aspecto á propostas: sugeria que os agricultores mais velhos, com sabedoria empírica que uma vida inteira de culturas lhe deu, fossem os professores destes jovens.
Os alunos concluíram que com esta proposta pretendiam cativar os jovens para o sector primário, desenvolvendo o gosto pelo trabalho na terra e influenciando as suas futuras escolhas a nível académico para que invistam na área e voltem para o concelho de Odemira.
Acho que é uma proposta muito importante que, a longo prazo, poderia criar riqueza e fixar população.
Os alunos da Escola Aviador Brito Paes de Colos estão de parabéns!
Cláudia Silva
Artigo
Suicídio no Concelho de Odemira
O Suicídio tem sido alvo de estudo de vários psicólogos, sociólogos e outros especialistas da área.
O Alentejo e em particular o Concelho de Odemira detêm uma taxa de suicídio muito elevada, surgindo ao lado de países como a Bielorrússia que regista os números mais elevados da Europa. Apresenta uma taxa de cerca de 50 suicídios por cada 100 mil habitantes.
Porquê? Devido ao despovoamento e desertificação? Devido ao envelhecimento da população onde idosos vivem isolados e, muitas vezes, sozinhos? Apoio social insuficiente? Certamente que contribuirá!
Em 2007 jovens do Concelho de Odemira, cientes do elevado números de casos de suicídios no seu concelho fizeram um documentário que relata bem nas vozes dos próprios idosos a desertificação, o isolamento e a confrontação do suicídio no seu dia-a-dia.
Dr. Fernando Areal, Médico Psiquiatra responsável pelo Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de Beja, afirma que as elevadas taxas de suicídio no Alentejo, sobretudo em Odemira, estão também relacionado com um “enraizamento de comportamentos com mais de 100 anos”, sendo que em determinadas freguesias como a de Sabóia, “um individuo suicidar-se é um acto de honra e não tem nada de negativo” (Agência Lusa; Junho, 2011)
É com toda a certeza uma situação que continua a necessitar de uma intervenção urgente. Existe um projecto da Fundação Odemira com o nome “A Vida Vale” que surgiu precisamente com o objectivo de tentar contribuir para diminuir a taxa de suicídio na freguesia de Sabóia. Tem uma parceria com uma Unidade Móvel da Unidade de Cuidados na Comunidade de Odemira procurando dar um apoio mais próximo aos idosos isolados. Recentemente inauguraram a sua sede em Sabóia que funcionará como um centro de convívio para os idosos com actividades de cultura e lazer.
PLANO DE ATIVIDADES AAGI ALENTEJO 2014
ATIVIDADE/OBJECTIVOS |
PERÍODO |
Criação de grupo de reflexão sobre o Envelhecimento no Alentejo:
-Identificar problemáticas do envelhecimento específicas nesta região;
-Promover o debate e definir estratégias para um envelhecimento ativo no Alentejo;
-Influenciar decisores políticos na implementação de medidas.
1ºSemestre
Criação de rede de divulgação recorrendo aos meios de comunicação social locais:
– Contribuir para a permanência do idoso do seu meio através de informação aos cuidadores e ao próprio idoso;
– Continuar a dar a conhecer a Delegação Alentejo da AAGI à população.
Ao longo do ano
Desenvolver atividades intergeracionais em parceria com entidades locais:
– Promover o convívio intergeracional para fomentar valores nas crianças;
– Sensibilizar comunidade, decisores políticos e instituições locais para a importância dos projectos intergeracionais.
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Ao longo do ano
II Conferência Regional da Delegação Alentejo da AAGI:
– Promover o debate e discussão de ideias que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos idosos;
2ºsemestre
Workshop de Gestão de Equipas de Auxiliares em Lares de Idosos, Cuidados Domiciliários e Centros de dia:
-Capacitar Dirigentes Técnicos de instituições de competências específicas
Ao longo do ano