2018: O ANO ZERO PARA UMA MUDANÇA DO PARADIGMA DA INTERVENÇÃO NO ENVELHECIMENTO
A Associação Amigos da Grande Idade declara-se como uma entidade que pugna pelo envelhecimento menos infeliz em Portugal.
Todo o seu trabalho foi e é desenvolvido nesse sentido. Através de reflexão e divulgação (congressos, eventos diversos, publicação de manuscritos e site), investigação (revista cientifica, apoio a teses, desenvolvimento de projectos), intervenção (audiências com entidades, políticos, decisores, gestores), formação (realização de acções e cursos de formação, agora com o crédito da DGERT).
É um trabalho discreto, voluntário e exaustivo realizado por pouco mais de uma dúzia de pessoas mas que envolveu, nos últimos dez anos, milhares de outras pessoas, algumas delas que nunca tinham pensado no envelhecimento.
Largámos há muito a ideia da felicidade porque vivemos num país pobre e triste apesar de sermos campeões europeus de futebol e termos ganho o festival da eurovisão, continuamos a discriminar, a olhar de lado e a não reconhecer um problema grave que temos: um terço da população é velha, viveu e trabalhou toda uma vida e não tem quem se preocupe com ela a não ser os peditórios, os cuidados aos coitadinhos e a indiferença politica. Um modelo de intervenção estafado e indigno.
Concluímos que em vez da felicidade seria melhor falarmos na funcionalidade, sabendo que através dela conseguimos manter alguma dignidade, alguns direitos e respeito.
Mas em 2018 elegemos a atenuação da infelicidade e vamos trabalhar sob esse objectivo. Denunciando as más práticas e os maus exemplos sem nos escondermos no anonimato, procurando soluções adequadas às dificuldades politico-socias-económicas, incomodando as autoridades que mantêm a ignorância institucional e continuando a formar, sempre a formar, porque é a imagem e a prática dos líderes que se reflecte nos serviços, nos cuidados e nas ofertas. Líderes que podem ser todos, cada um liderando na sua área profissional. Não queremos líderes polivalentes, de grande dimensão porque sabemos que o país não os tolera uma vez que se desenvolve debaixo de um manto de invejas e interesses particulares e privados.
Em 2018 a Associação pretende colocar todos os seus conhecimentos na prevenção do envelhecimento, utilizando os meios já existentes e mal geridos por falta de estratégia e planeamento. Vamos, surpreendentemente, ou não, conseguir mudar o paradigma do envelhecimento apostando na prevenção e deixando a luta perdida na intervenção aquando da institucionalização.
Desejamos a todos e todas boas festas e um feliz ano novo. Às pessoas idosas, menos infelicidade no seu processo natural de envelhecimento que é a única forma de viverem mais tempo, que deveria ser mais tempo feliz.